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Café: extra-forte

Faz 1 ano e alguns dias que vivo com Pituca. Minha vira-lata caramelo, a mais feliz do mundo, deixou também mais feliz e rica a minha vida. Nas mais variadas gestações que vivemos nessa teimosa pandemia, voltar a viver com uma cachorrinha e crescer com ela um amor de vida inteira foi um dos maiores acertos. Sabe por quê?

foto de um filhote de um viralata caramelo sorrindo de frente para a câmera.

Porque ter um cachorrinho ou um gatinho é mais do que ter carinhos gratuitos e uma quantidade infinita de fotos e vídeos fofos. É, para quem não tem filhos e deseja um, uma espécie de teste, com o mesmo grau de responsabilidade no cuidado com uma espécie diferente de ser vivo. Pituca trouxe isso e um tanto mais.

Ela me devolveu a delícia de conviver com cachorros depois de 12 anos apenas visitando os que moraram comigo e moravam com meus pais. Ao adotar Pituca, ela se tornou minha: minha companheira, minha "roommate", minha parceira de aprendizados. Foi por ela que passei a socializar no mínimo possível quando a pandemia ainda era um descalabro triste: precisava sair com ela para as necessidades e para que ela, ainda filhote, perdesse os medos de rua e de outros seres - e eu também.

pituca e a autora.

Pituca não conta o tempo, ela vive como os filósofos contemporâneos mandam: o agora. Se agora dá sono, ela dorme. Se está com fome, pede. Se não está com fome, não adianta empurrar a comida (tenho aprendido essa saciedade com ela), se quer brincar, chama. Se não quer, deixa claro também. Com Pituca não tem metáfora e nem indiretas, mas ela entende muito bem nosso idioma, mesmo sem falar muito.

Precisei adestrá-la um pouco, ficou muito tempo em casa nos primeiros meses de vida porque veio adoentada e tinha um medo, herança de maus tratos. Com o adestrador mais carinhoso que tive a sorte de encontrar, ela foi ganhando confiança e indo para a rua, conhecendo novos amigos. Seus amigos viraram os filhos dos meus novos amigos. Vizinhos que se encontram todos os dias no mesmo horário para as conversas sobre tudo e sobre nada. Nenhuma expectativa além de fazer os pequenos brincarem e fazerem o que precisam. A vida ficou, automaticamente, mais leve e acordar cedo, que não era um problema para mim, virou um prazer.

foto de uma viralata caramelo dormindo. Pituca.

Com um bichinho, a gente aprende como a vida pode ser simples - mesmo que tenha seus momentos super complicados. Lembramos que carinho, afeto e cuidado são tão fáceis de dar e deliciosos de receber. E que tudo isso custa nada. Pituca precisa de espaço e o apêzinho é tão dela quanto meu, então, enquanto não penduro as plantas nas paredes, menos plantas, mais pelos. Acordando mais cedo, tenho o tempo da caminhada com ela, o café da manhã sem pressa, a caminhada logo depois para exercitar o corpo e refrescar a alma, com vista para o mar. Na volta para casa, mais carinho, um banho e o trabalho começa. A vida de rotina pode ser cansativa, mas também nos dá o tempo de pensarmos em novos projetos, desejos, necessidades e até para cochilar lendo um livro na rede. Basta acordar cedo.

Ter um cachorrinho não é um benefício gratuito, bem sabemos. Há um custo envolvido que é, basicamente, o da manutenção de qualquer vida animal. Entretanto, é uma vida tão maravilhosa, que traz tanto e demanda tão pouco, que só consigo perceber lucros, e a despesa é paga com prazer.

pituca na praia de itapuã

Não sei se você tem ou teve um cachorro ou um gato na sua vida. Se teve, sabe do que estou falando e sinto um sorriso de cumplicidade. Se está em dúvida, adote. Há muitos animais incríveis e que precisam do seu abrigo e cuidado, em troca de algo que você nem imagina receber. Eu vivo isso todos os dias e espero viver outros tantos por muitos anos. Viva Pituca, um ano de muito amor e alegrias! 

***

Pituca é uma delícia de cachorrinha, né? Para contribuir com o Café, porque não participar com o valor de um cappuccino ou expresso gostoso? Passa no buy me a coffee e deixa um pouco desse carinho por lá! =)  

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a última praia de 2021 terminou assim
2021 foi um ano atropelado. Reduzimos um pouco do pânico da pandemia, nos vacinamos e quem pôde, se afundou em trabalho e nos raros momentos de folga. Navegamos em águas turbulentas, mas, talvez agora com um pretenso bote salva-vidas atrelado. Respiramos fundo algumas vezes e até mergulhamos no mar, na esperança do banho de água salgada que tira mau olhado e outras coisas ruins.

Mas foi corrido, foi puxado. Do lado de cá, investi em muito trabalho e o Café acabou em segundo plano. Entendi que não conseguiria fazer tudo ao mesmo tempo e o meu tempo livre foi fora das redes, de reentrada nos livros, de cuidado e carinho comigo, com os meus e com Pituca.

Entendi o óbvio: não dá fazer tudo. Então, da mesma maneira que não consigo usar o twitter porque ele me inunda de informações, me dando ainda mais trabalho, desacelerei aqui. E gostei. Amo o Café, continuo nele, mas estou gostando da calma, do respiro e do banho de mar. O Café segue vivo e forte,  e eu venho, com sorte, escrevendo com frequência, mas sem pressa. As coisas seguirão em seu ritmo, com o tempo do olhar atento e espero, melhores do que já foram.

Quero falar sobre os nossos assuntos, o Café é um espaço para trocar ideias sobre livros, filmes, séries, plantas, viagens, cachorros, praia, por uma vida saudável e gostosa. É o que eu quero para o nosso ano, que ele seja de sossego, trabalho, vida mansa e prazeres, os melhores possíveis. Vamos juntos?

***

Que tal contribuir para a manutenção do Café? No buy me a coffee, com o valor de um expresso, você pode fazer isso!
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O que vou escrever aqui pode parecer óbvio para muita gente, mas é um assunto que vem me acompanhando nas últimas semanas e, com o ano que estamos vivendo, imagino que atraia não apenas a mim. Vamos falar sobre propósito. Este é o início das postagens sobre estilo de vida, saúde, ócio criativo e o que mais surgir. Achei que as ideias de hoje valeriam a pena trazer para a mesa. Vamos tomar esse café?

Ikigai, estilo de vida, bem estar, mindfulness, pandemia e o que você tem a ver com isso


Outro dia, a palavra Ikigai surgiu para mim. Foi alguma pesquisa de internet e, como tenho me voltado para assuntos relacionados a estilo de vida, este conceito de filosofia de vida japonesa apareceu como uma fórmula simples, em teoria, de viver bem.

Dando uns passos para trás, será mais fácil entender. Meu trabalho atual é sobre conteúdo. De um lado, redijo textos e posts sobre diversos temas, incluindo saúde e doença, saúde mental e bem-estar. É um equilíbrio difícil de manter, especialmente quando não sou eu que escolho os tópicos e venho de uma família que trabalha na área, sendo todos um pouco excessivos na abordagem do tema, mas, estou acreditando que tem sido terapêutico.

Do outro lado, trabalho com projetos culturais diversos, desenvolvendo e estudando conteúdos. E, vou te falar, estamos numa fase pesada. Psicopatias, medos, transtornos mentais, assassinatos, serial killers, corrupção, pobreza. Os projetos se tornarão, com certeza, ótimos produtos, mas o desenvolver deles requer um aprofundamento em assuntos indigestos.

De alguma maneira, o contraponto veio: Ikigai. O livro escolhido foi: Ikigai - os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz, de Ken Mogi. Parece auto-ajuda e pode ser que seja mesmo.

A obra é facílima de ler, intercalei com o livro sobre um psicopata para dar uma equilibrada entre assassinatos horrorosos e formas de viver melhor. Em cinco tópicos, descobrimos algumas curiosidades sobre o Japão e esta filosofia, em como é expressada em atitudes práticas e tradicionais daquele país e como podem ser aplicadas por não japoneses. Achei as conclusões um pouco resumidas, mas falarei sobre isso depois. E, mesmo tendo acompanhado as recentes publicações sobre positividade tóxica e nunca concordei tanto com estas ideias (falarei sobre isso em outro post), este livro veio como um bálsamo em tempos sombrios.

O que chamei de assunto óbvio lá em cima foi a temática mesmo: como ser feliz, propósito de vida, como trilhar o seu caminho, viver no presente. Entre a minha crítica pessoal sobre livros de auto-ajuda e tendo recém lido este, fiquei no meio do caminho.

Acompanho as newsletters e o site de Maria Popova e ela trouxe algo que li hoje e se encaixa precisamente com estas ideias: ela fala sobre Kierkegaard e sua filosofia existencialista, selecionando trechos que trazem a fuga de si e do presente, como formas de ser infeliz. O que é, basicamente, o mesmo raciocínio de todas as filosofias de mindfulness, de Ikigai e de meditação do momento: viva o presente.

Há quem diga que a ansiedade é o medo do futuro e a depressão uma reação ao passado. Não sou psicóloga e jamais entrarei nessa discussão sem conhecimento de causa, mas, pensando de forma simplista, não me parece de todo errado. A ideia de se firmar no presente é uma tentativa de aliviar a carga do tempo, inexorável e dono de si e de todos. E, como uma força da natureza, é impossível vencê-lo, então precisamos facilitar a convivência e nos unirmos a ele, afinando o nosso com seu ritmo.

Com medo de parecer redundante, talvez seja essa a ideia dos existencialistas, do mindfulness, do ikigai, das meditações e exercícios de respiração. Talvez esse excesso de nomes para a mesma coisa seja um aspecto cultural, talvez seja estratégia de marketing, talvez os dois. Não custa pensar sobre o assunto e ver se ele contribui para o seu viver melhor. Eu acho que pensar no propósito como uma grande meta para a vida bem difícil e me parece um pouco definitivo demais. Se tirarmos o peso do objetivo final, de uma missão que compreenda todo o seu viver e focarmos no cotidiano, em pequenas ações que nos fazem bem, talvez consigamos um espaço para respirar e sermos um pouco carinhosos e menos críticos com a gente no dia a dia. É uma ideia.

***

Como eu disse lá em cima, este é começo de assuntos relacionados a estilo de vida. Ainda estou patinando na área e são reflexões pessoais, insights que talvez te interessem também. Em todo caso, para contribuir com a manutenção deste Café tão diverso e gostoso, você pode nos seguir nas redes sociais e manter a conversa ativa. Vamos?
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Tati Reuter Ferreira

Baiana, curadora de projetos audiovisuais, escritora e crítica de cinema. Vivo de café, livros, cinema, viagens e praia. E Pituca.


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