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Café: extra-forte

a última praia de 2021 terminou assim
2021 foi um ano atropelado. Reduzimos um pouco do pânico da pandemia, nos vacinamos e quem pôde, se afundou em trabalho e nos raros momentos de folga. Navegamos em águas turbulentas, mas, talvez agora com um pretenso bote salva-vidas atrelado. Respiramos fundo algumas vezes e até mergulhamos no mar, na esperança do banho de água salgada que tira mau olhado e outras coisas ruins.

Mas foi corrido, foi puxado. Do lado de cá, investi em muito trabalho e o Café acabou em segundo plano. Entendi que não conseguiria fazer tudo ao mesmo tempo e o meu tempo livre foi fora das redes, de reentrada nos livros, de cuidado e carinho comigo, com os meus e com Pituca.

Entendi o óbvio: não dá fazer tudo. Então, da mesma maneira que não consigo usar o twitter porque ele me inunda de informações, me dando ainda mais trabalho, desacelerei aqui. E gostei. Amo o Café, continuo nele, mas estou gostando da calma, do respiro e do banho de mar. O Café segue vivo e forte,  e eu venho, com sorte, escrevendo com frequência, mas sem pressa. As coisas seguirão em seu ritmo, com o tempo do olhar atento e espero, melhores do que já foram.

Quero falar sobre os nossos assuntos, o Café é um espaço para trocar ideias sobre livros, filmes, séries, plantas, viagens, cachorros, praia, por uma vida saudável e gostosa. É o que eu quero para o nosso ano, que ele seja de sossego, trabalho, vida mansa e prazeres, os melhores possíveis. Vamos juntos?

***

Que tal contribuir para a manutenção do Café? No buy me a coffee, com o valor de um expresso, você pode fazer isso!
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Chegamos a meados de abril de 2021 e muita e pouca coisa mudou nestes meses de distanciamento social e pandemia. O tempo passa atrasado e arrastado e, neste descompasso, a coisa aqui no Café foi se encorpando em potência, mas ficamos nisso. Nenhum café foi passado. Chego hoje, como quem não quer nada, para botar o papo em dia.

imagem de pituca, a minha cachorrinha.

Bem assim mesmo, como blogueira pós-adolescente dos anos 00 que fui e sou. Da época em que não existia digital influencer ou blogueirinhas, a menos que fossem bem jovens e crianças. Chego de mansinho para falar da vida, deixando um pouco de cada coisa nas entrelinhas e trazendo meu novo amor, Pituca.

Projeto de 2020, execução perfeita em 2021, Pituca chegou cabisbaixa, meio adoentada, séria e rosnando. Aos talvez dois meses de vida, foi encontrada num terreno baldio por alguém e levada para um lar de adoção de bichos sofridos. Cuidaram dela mas, ainda assim, não perceberam uma coisa ou outra. Faz parte.

Pituca enveredou em um isolamento social comigo desde 30 de janeiro e dele ainda não saiu. Não terminou as vacinas, curou as doenças. Cresce aqui e na casa de meus pais, corre na grama da casa em ruína que será obra em algum momento. Feliz agora, passou muita coisa e as cicatrizes são a prova da perversidade humana. Passou.

Pituca atravessou meu coração assim que a coloquei no colo e ela segue dormindo as manhãs e animando as tardes, e mostra que quem manda aqui é ela. Me deu qualidade de vida, o melhor significado para distração e me julga: me olha na cara quando passo tempo demais no celular e de menos com ela. Reclama que trabalho muito, resmunga se acordo no meio da noite. Pituca sabe viver.

Os cachorrinhos nos mostram como a vida deve ser. Não se preocupando com muito, reclamando seus direitos, comendo quando dá fome, bebendo muita água. Até exercícios físicos regulares ela faz, correndo para gastar essa energia de criança dentro do apartamento mesmo, do jeito que dá. Dorme cedo e acorda cedo.

Nestes tempos de pandemia, consegui sair para caminhar até março e pretendo voltar logo, assim que os números soteropolitanos da pandemia permitirem. A coisa tem melhorado, e tá dando uma saudade imensa de tomar um café com algum amigo e amiga e falar da vida. Imagina a alegria que vai ser viver isso de novo?

Por enquanto, sigo aqui, atualizando a vida com ela mesma, mas prometo conteúdo tão bom quanto esse café desejado em breve. Com novidades, histórias, livros, filmes e reflexões. E, provavelmente, mais casos de Pituca. 

Aproveitando, mando duas dicas inspiradoras, para quem lê em inglês (é assim que eu treino os idiomas, lendo coisas 'aleatórias' nas redes): Deliciously Ella, provando que a vida pode ser mais leve e parece que, sempre deliciosa, e, Brain Pickings, que os amigos que lêem em menor frequência me indicaram e é apenas ótimo. Devo comentar estas referências em breve e porque me fisgaram. Ah! Se você tiver dicas inspiradoras, me manda. Estou fazendo uma curadoria de conteúdo para viver melhor (e ver menos notícias).

Volto logo. 

***

Quer me ajudar a manter este Café sempre inspirado e inspirador? Dá uma passadinha no buy me a coffee e me paga aquela dose maravilhosa de cafeína que tanto amamos. 💓

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É um tempo de tantas mudanças que, talvez a menos importante seja a virada do ano. E também talvez por isso, tenha sido tão tranquilo. Vem, vamos conversar.

2021 cronica do ano novo

Ontem brinquei com meu pai, dizendo que não estávamos em 2021, mas em 2020.2. Claro que não e deus me livre, porque 2020 já foi complicado o suficiente para os nossos corações e tudo o que queremos agora é algo para chamar de novo, para criar um novo ciclo, pensar em novos projetos de saúde, de trabalho, de vida.

Quem me conhece sabe que não sou dada a festas de Ano Novo, que fico meio pra baixo, talvez para compensar essa obrigatoriedade de felicidade instantânea e coletiva que a data impõe. Eu costumo ser uma pessoa bem tranquila e pra cima de forma geral, sem a necessidade de manter a vibração além do meu "normal", como se precisasse de uma exacerbação de felicidade, aos gritos de uma noite apenas. A imposição talvez me importune com a questão de se eu estou feliz o suficiente e naquele momento. Eu tendo a achar que sim, mas vai que... Em todo caso, esse fim de ano foi diferente.

Talvez as expectativas não estivessem tão altas, talvez tudo o que queremos para 2021 seja paz e saúde para todo mundo que a gente conhece e não conhece. Talvez a derrocada de Trump tenha trazido esperança com o enfraquecimento de Bolsonaro. Estive mais leve em tempos mais difíceis, sem forçar o sentimento e sem festa no meu quadrado familiar, restrito e isolado. E tudo passou bem. Talvez por isso mesmo, por podermos ter uma noite sem máscaras.

Janeiro, entretanto, começou violento, talvez com a raiva contida de não haver Carnaval esse ano. O mês foi obrigado a ser o primeiro do ano, contrariando uma tradição ancestral de que tudo só começa depois da festa da carne. Uma pena mesmo, porque eu queria um pouco mais de tranquilidade e praia vazia. Começamos os trabalhos, literalmente, com a velocidade de quem não tem tempo a perder, pelo receio de perder tempo lá na frente, com o descaso atual da pandemia. Descontrole de um verão que nos ganha em um clima delicioso e nos perde nas pessoas egocêntricas e irresponsáveis. A conta sempre chega, gente.

Começo o ano daquele jeito, caminhando na orla, tentando manter a saúde e garantindo os movimentos nos meus músculos que reclamam a ausência da tão conhecida ociosidade. O retorno ao Café: extraforte vem feliz, com a promessa de muitas mudanças, com um calendário de postagens viável - já há alguns meses não consigo manter a regularidade da maior parte de 2020, então resolvi fazer menos e melhor. Da mesma forma, vamos mexer em algumas coisas de marca e, necessariamente, identidade. Nada que me tire o foco do conteúdo, tudo que me torne mais próxima dele e de vocês.

Quero trazer um pouco mais de mim, do pessoal, dos contos esquecidos, das histórias divertidas, das viagens. Um pouco do dia a dia aqui e lá no instagram, cuja facilidade de postagem acelera a interação. No facebook, um pouco a replicação destes conteúdos. Inseri também aquele formulário para newsletter, que será mensal e com um texto apenas, para não ocupar muito o tempo de ninguém, não encher o saco e trazer algo que, espero, seja legal.

Vamos começar juntos esse 2021 com a vontade de ser feliz, com certeza mais saudáveis e, quem sabe, até com um cachorrinho. Sinto falta de ter um pequeno, de quatro patas, a me 'atrapalhar' os dias. Vem, ano novo, vamos fazer diferente!
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Venho sem desculpas e meias palavras: não gosto dessa expressão "novo normal". Explico o porquê, porque entendo como surgiu e o que significa. Além das atualizações, claro.

o novo normal e como lidamos com o dia a dia de novos comportamentos na pandemia.
balcony concerts by Catherine Cordasco, @unitednations
A proposta do lado de cá é fazer o contraponto das minhas experiências no Brasil da pandemia e do isolamento com a situação da minha comadre de primeira viagem, Camila. Ela está grávida, esperando Luquinhas e mora no outro lado do oceano, em Dublin. Do meu lado, a vida também mudou quase toda: mudei de cidade, saí do trabalho, um pouco aquelas histórias de filme, em que a vida da mocinha vira do avesso, ela tem que encontrar um novo caminho e acaba numa comédia romântica. A parte romântica da comédia ainda não está definida, mas o importante é ter fé!

Camila vive o dia a dia também afetado pelo coronavírus, que já passou por um isolamento mais fechado, a situação melhorou e agora, como sabemos, a Europa vive a segunda onda da pandemia. Não sabemos como vai ser, mas os países se preparam para um novo lockdown e ela segue um pouco descrente, tendo em vista o comportamento do cidadão irlandês. E a gente achando que só a nossa turma era indisciplinada. Enfim.

Do lado de cá, a vida segue aos atropelos. E essa história do novo normal que, junto com a pandemia, vem de todas as formas e meios. Todo mundo fala nisso, como se fosse uma coisa universal. A única coisa universal mesmo é a globalização e que, mesmo assim convenhamos, não é global. A gente não sabe o que acontece no mundo todo, não tem acesso a todo mundo. Hoje, descobri o inferno que está sendo a vida na Nigéria com uma força policial chamada SARS - com cara de milícia - brutal, talvez até mais do que a nossa. Claro, a informação e os transportes ficaram mais acessíveis, contudo, global é muito absoluto. E os algoritmos acabam nos fechando em bolhas, de qualquer jeito.

pandemia e novos hábitos. o que é o novo normal?
Erik Odiin, unsplash

Então, o novo normal está aí. A expressão indica que antes havia um normal, chamemos de velho normal. No velho normal, era tudo igual ao novo, à exceção do uso de máscaras em vários países. O álcool gel já existia. A gente não higienizava o supermercado inteiro, isso é verdade, mas o hábito de lavar as mãos sempre foi uma realidade. E o home office também. Menos frequente e intenso, mas presente. A história de deixar os sapatos na porta de casa também - especialmente se você mora sozinho e não tem muito tempo. E vamos lembrar que isso vale apenas para uma parcela da população. Mas, deixemos esse ponto sensível para outro dia.

Entretanto, apesar de ler e ouvir muita coisa genérica sobre o tema, ontem me caiu um texto que foi mais assertivo, que mostrava como o novo normal não é geral, amplo e irrestrito. Que, ao contrário, é específico, individual e particular. Sendo assim, não há um novo normal. Há uma adaptação à situação imposta e alguns pontos em comum com outros viventes, mas nada que se imponha 1. como novo e 2. como normal. A própria ideia de 'normal' já é desconstruída largamente por aí, na literatura de O Alienista, do sempre incrível Machado de Assis e em muitos estudos sobre saúde mental. Com isso, vamos parar com essa generalização, essa imposição da norma - aí sim, a origem do normal - como se tivéssemos que seguir uma cartilha que identificasse o que é novo e velho normal. Nada é normal. Aliás, nem o nada é normal.

Depois de vir aqui provocar, conto que a vida anda corrida. Muita coisa pra resolver de mudança e adaptação a Salvador, à pandemia e ao retorno de alguns hábitos. À vontade sempre crescente de encontrar os amigos, ao medo da doença e de seu espalhamento. Situações e imprevistos familiares, projetos empolgantes e até uma novidade que vou trazer aqui quando estiver mais ou menos pronta. Estou disposta a mais uma mudança porque, mesmo nesses tempos de suposta estagnação - taí um ano que está sendo diferente de qualquer outro - seguimos adiante. 

novo-normal

Já fui à praia, entrei no mar e agradeci. Por estar viva e com saúde. Por estar em Salvador, por ter a família perto e os amigos também - na distância de um aperto de mão ou aceno - ou ali, no fio do telefone, na tela do celular. Sou muito grata - sem essa agonia sem sal de #gratidão - em ter os amigos que conquistei. E esse ano, um desafio daqueles, tão difícil e doloroso algumas vezes, tem sido também tão feliz em ver novas vidas surgindo, amores crescendo e se multiplicando. Só aceito o novo normal se ele significar mais amor compartilhado, empatia e cuidado com o outro. O resto é propaganda pra vender jornal e marketing para vender coisa.

Mas, talvez eu esteja errada. O que você acha do novo normal? É novo? Normal? Me conta um pouco da sua adaptação, de como anda a vida do seu lado.

Para contribuir com esse blog maravilhoso e torná-lo permanente e atualizado com frequência, me chama para um cafezinho? =)
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Mudança feita, móveis em casa, vida nova em Salvador por uns tempos, minha cidade de nascimento e da vida que havia deixado doze anos atrás para fazer uma pós-graduação de dois anos no Rio de Janeiro. Dos inesperados da vida, trago um pouco do que acontece agora, do lado de cá.

vem que tem
Na entrada do apartamento há um lembrete para quem passa por aqui. Em 2019, morava em Copacabana e vim a Salvador para o Natal e Ano Novo. Como sempre acontecia todos os anos, aproveitava que estava a passeio para passear. Era turista na minha própria cidade e já amava, como sigo amando, percorrer novos caminhos, conhecer ruas, casas, praias, atrações. Engana-se quem acha que tem sua cidade na palma da mão, há sempre uma novidade à espera ou aquela velha frase: 'ainda vou neste lugar'. 
 
A Casa do Rio Vermelho, onde comprei a cerâmica que estampa o texto, foi casa de Jorge Amado e Zélia Gatai por muitos anos. Hoje, como as casas de Pablo Neruda no Chile ou de Frida Kahlo no México, virou museu, para visitarmos um pouco da morada destes escritores e artistas em seus quintais, cozinha, quartos. A casa é incrível, dá vontade de morar nela e tem muito deste casal especial - vale a visita, nem que seja para ficar à sombra das árvores do quintal, nos banquinhos - uma delícia.

Comprei a cerâmica com a certeza quase mística de que ela não iria ao Rio. Quando decidi por este apartamento, fiquei no meio do caminho mais uma vez, na ponte-aérea entre fincar os pés na minha cidade de origem e ver como reagiríamos - uma à outra - em uma nova convivência ou seguir na minha cidade de adulta, de trabalho, de novos amigos e das maravilhas que todo o mundo grita por aí - um tanto exageradamente. O mundo mudou, pandemia, tudo o que já sabemos neste cinco meses de ficar em casa e, como já contei antes aqui, também mudei e vim, de fato morar na Bahia. A cerâmica foi para a parede certificando que quem passa por minha porta é sempre boa gente e encontra aqui um caminho sossegado e gostoso.

uma folhinha de cada vez
Os móveis chegaram, a casa vai tomando a minha forma, estamos nos apaixonando e à espera da abertura lenta e gradual - sempre que penso na expressão, lembro da perestroika e glasnost - da cidade, o que já vem acontecendo. Os números da pandemia assustam, mas os avanços das vacinas dão um sopro de esperança a uma suposta normalidade futura. Enquanto isso, cultivo minhas plantinhas, busco trabalho e ativo este blog com prazer, cultura e informação.

Em meio à mudança, recebi muita coisa que estava guardada na casa dos meus pais e encontrei minhas agendas antigas, os diários da adolescência e dos vinte anos - reconheci uma Tati super firme e decidida, mas também melodramática e volta e meia apaixonada por algum mocinho - de Keanu Reeves aos garotos da escola. Tenho trazido algumas destas histórias por aqui, como um resgate íntimo de uma escrita crescente e divertida. E as calças jeans que não cabem mais e insistia que um dia entrariam em mim (da viagem de quando eu tinha 15 anos), finalmente doei - vida nova e de desapego! 

Mês que vem eu volto aqui, para, com sorte, contar o maravilhoso dia que em que voltarei à praia, que segue fechada. Mal posso esperar.
***

E você, como anda a vida por aí? Me conta?
Para ajudar a manter o Café, me paga um? =)
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Vou confessar a vocês: a essa altura, achei que já estaria recebendo os móveis todos aqui em casa. Mas, como tudo na vida, não adianta se planejar tão meticulosamente quando há um mundo de imprevistos e relações sociais necessárias aos trâmites de qualquer processo. Quando se trata de mudança então, nem se fala. 

copacabana-apartamento
home office carioca
Cheguei ao Rio no dia seis em março de 2008 e só sei disso porque foi dois dias depois do meu aniversário. Eu era uma jovem de 25 anos e fui estudar Cinema Documentário na FGV. Minha primeira mudança foi para um apartamento mobiliado de uma amiga de uma conhecida, Ju, que virou amiga de verdade pouco tempo depois naquele mesmo ano. Ela precisou ir a Pernambuco por três meses e ocupei seu apartamento neste período. Nos conhecemos quando ela retornou e a compatibilidade nordestina bateu forte.

De lá para cá foram oito mudanças em doze anos. Apartamentos por temporada, quarto-e-sala, dois quartos e quarto-e-sala novamente. Contratos de trinta meses, seis meses, três meses, doze meses. Aluguel com fiador, sem fiador, com fiador baiano, com depósito e título de capitalização. Me transformei em uma especialista no processo, da vistoria de entrada à entrega das chaves. E agora, uma novidade em uma categoria nunca explorada: a mudança interestadual.

Mari, minha amiga irmã baiana que segue no Rio já havia feito uma mudança intermunicipal e vivemos isso juntas quando ela veio morar comigo. Eu, entretanto, além da mudança Salvador - Rio de Janeiro com roupas, livros e sapatos, não havia saído de Copacabana. E agora, como um ciclo mítico de renovação, transformação e pandemia, volto a Salvador - literalmente - de mala e cuia. A diferença é que, com a urgência da quarentena, trouxe uma mala pequena e a cuia e todo o resto viriam depois. O que deveria ter acontecido no último sábado.

plantas
do alto das prateleiras sobra saudade
Como nem tudo são flores, meus futuros ex-vizinhos não autorizaram a mudança na data prevista. Como se isso mudasse a vida deles. Ocuparia o elevador de serviço por um par de horas - não tenho muita coisa - e me adiantaria uma semana. Mas tudo bem, não dá para brigar com os donos do bairro - a terceira idade que reina nas estatísticas em todo o país, se concentra no bairro e com toda a certeza, no meu prédio. A mudança foi adiada e acontecerá amanhã - oremos. Mari, mais uma vez me salvará, acompanhando os homens da mudança, que embalarão e colocarão tudo no caminhão e então saberei quando as coisas chegarão. Depois é pintura - já agendada - vistoria e entrega das chaves. Um tchau para o Rio de Janeiro à distância, deixando muito carinho, saudades e amigos que carrego no peito e para sempre.

Do lado de cá a vida segue, tentando manter a sanidade depois de mais de cem dias de isolamento social e ansiedade por ancorar de vez (e por enquanto) na cidade, tornando o espaço habitável personalizado com a chegada das coisas que seguem viagem. Alterno entre o apartamento e a casa dos meus pais, vivemos de convivências restritas e quase os mesmos assuntos, com a sorte e o privilégio reconhecidos de ter um jardim e quintal para cuidar. Acompanhamos a duração dos dias no tempo das plantas, no ritmo solar e lunar da Natureza com letra maiúscula.

Os projetos do Café seguem criativos, às vezes árduos, mas costumeiramente felizes, a ocupação com o que se ama, os assuntos que nos movem, a criatividade em forma de texto e alternadamente, vídeo no instagram me divertem e são um desafio à minha timidez e reservas habituais. O que virá com isso, ainda saberemos, há horizontes possíveis. 

Brindo à suposta nova vida, ao novo normal e ao Rio de Janeiro que me acolheu, me fez crescer e me tornar quem eu sou, seja lá o que isso signifique. Deixo aqui o texto da minha chegada lá, para que se reecontre com esse, de despedida, aconchego e saudade.

Mês que vem eu volto com as novas histórias do lado de cá. E você, muitas mudanças na sua vida neste ano desafiador?
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Tati Reuter Ferreira

Baiana, curadora de projetos audiovisuais, escritora e crítica de cinema. Vivo de café, livros, cinema, viagens e praia. E Pituca.


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