Chegou a semana de Carnaval e nem
todo mundo está radiante com isso. Mentira, todo mundo está – mesmo não
gostando da festa, há tempo de sobra para aproveitar e colocar a vida em dia,
descansar, ver algum filme que preste, fazer nada, ficar de preguiça em casa
lendo, de perna pro ar. Para isso, resolvi seu primeiro problema: aqui começa a
lista das Maravilhosidades da Netflix – Semana de Carnaval! São três etapas,
então pegue seu caderninho (ou ipad, ou tablet, ou celular, o que você quiser,
enfim) e tome nota! Em dois dias, mando mais 5 dicas incríveis!
Em sua terceira temporada, Chef’s
Table é uma grande opção para começar o Carnaval em casa. Eu sei, parece
estranho, mas quem não gosta da festa e não tem como viajar, precisa de uma
programação deliciosa. Já no primeiro episódio vemos uma chef monge que saiu de
casa porque não queria filhos e queria encontrar sua liberdade – na Coreia do
Sul, isso também significa não se casar. Ela cozinha onde vive, para as outras
monjas e é convidada pelo mundo inteiro para oficinas sobre sua forma de
cozinhar, cultivar seus vegetais na maravilhosa e ultra orgânica horta que tem
e viver. É uma lição de vida, filosofia, natureza. E é só o primeiro episódio. A série inteira é
magnífica.
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13ª Emenda (2016, de Ava DuVernay) – 100 minutos |
Candidato ao Oscar de melhor
documentário esse ano e produzido pela Netflix, 13ª Emenda é uma aula de
história social, um filme provocador e
até seria polêmico, se não tratasse apenas da realidade da disparidade racial
norte-americana. A 13ª Emenda da Constituição tenta abolir a escravidão com uma grande
vírgula que faz toda a diferença no discurso e promove um tipo de racismo grave, criminoso e mórbido. O filme extrapola o assunto para o dia a dia de forma
dinâmica e direta, quase sem deixar espaço para respirarmos, trazendo desde a
criminalização do negro e sua punição, aos assassinatos de negros nas ruas –
fato cotidiano. Fundamental e urgente, vale assistir em casa, chamar os amigos,
levar para as universidades e escolas, discutir no trabalho. Todas as opções.
Da mesma diretora de Selma (2014), Ava DuVernay. Crítica no Café!
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A Casa dos Espíritos (1993, de Billie August) – 140 minutos |
Lançado nos anos 90, provavelmente
o assisti no final da década, ainda adolescente. O filme, baseado no romance
homônimo de Isabel Allende, é um drama familiar, que conta a história da
família de Clara (Meryl Streep) e Esteban (Jeremy Irons), ela uma mulher
extremamente sensível e um pouco médium, ele um homem duro, fazendeiro, patriarca
e machista, no interior do Chile. Eles têm Blanca (Winona Rider), a primogênita
que se apaixona por Pedro (Antonio Banderas), que trabalha para Esteban, mas é
socialista. Não vale contar mais, mas é um filme que, mesmo tendo passado
muitas vezes na tv aberta, vale cada segundo, por toda a construção do drama, a
saga familiar ainda é pincelada com toques da literatura fantástica. Do mesmo
diretor de Trem noturno para Lisboa (2013), levou 12 prêmios e vale rever. O
livro é sensacional.
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Jumanji (1995, de Joe Johnston) – 144 minutos |
Uma aventura para toda a família!
Parece chamada da programação da tv aberta, mas é a mais pura verdade. Esse
filme da sessão da tarde conquistou nossos corações desde muito cedo e conta
com o incrível Robin Williams como o Alan Parrish, o homem que encontrou,
quando garoto, um jogo de tabuleiro chamado Jumanji. Ele está preso na floresta
por 25 anos e agora, Judy (Kirsten Dunst) e Peter (Bradley Pierce) descobrem o mesmo jogo
e todos se encontrarão neste mundo meio mágico, meio real. É um grade filme
para ver com crianças, mas se você for adulto, não se iniba, é super divertido
e leve. Pense que é do mesmo diretor de Querida,
encolhi as crianças (1989) e que tem, de novo, Robin Williams (é sempre bom lembrar).
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Journey to Greenland (2016, de Sébastien Betbeder) – 108 minutos |
Dois amigos parisienses, atores
frustrados de trinta e poucos anos e que atendem pelo mesmo nome – Thomas – aceitam o convite do pai de um deles para visita-lo na Groenlândia. Juntos,
descobrirão a cultura inuit, uma forma de vida muito mais simples do que aquela
da capital francesa e aprenderão a lidar com as diferenças. É aquele filme descrito como ‘despretensioso’ e que gera boas risadas e emoção. A
relação com o pai Nathan é posta à prova e seguimos encantados com o oposto de
nossas vidas. Vale pela diferença, por vermos uma forma de viver – há muitos
não atores e cenários realistas e reais todo o tempo, que quase poderia ser um
documentário – tão oposta à nossa, de pensarmos em nossa realidade e se
queremos isso para nós, e de ver um filme em um lugar novo, bastante incomum de
se apresentar em qualquer tela. Talvez isso até seja bom. Vale muito a pena,
vai ver!
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