Maravilhosidades da Netflix: Grandes Personagens

by - julho 01, 2016

A sessão de hoje foi, intuitivamente, de grandes personagens. De loucos a heróis, de pobres famintos a narcotraficantes megalomaníacos, tem um pouco de tudo e para todos os gostos.  Fiquem à vontade e aproveitem este inverno da forma certa: nas cobertas, com Café e grandes filmes! 

O Garoto de Liverpool (2009, de Sam Taylor-Johnson) – 98 minutos
Não precisa gostar dos Beatles ou de John Lennon para ver esse filme sobre o início da carreira do cantor, quando ainda era um garoto em Liverpool. É claro que, se gostando ou entendendo um pouco da personalidade e relevância do protagonista para a cultura, vale assistir. O filme traça sua trajetória do início do que viria a ser os Beatles, quando John (Aaron Taylor-Johnson) conhece Paul McCartney (Thomas Brodie Sangster), sua relação com a mãe até quase a vida adulta. Não será o melhor filme ainda sobre o cantor por romantizar demais sua história, mas vale como entretenimento. Com Kristin Scott Thomas e Anne-Marie Duff.

Narcos (2015, de Carlo Bernard, Chris Brancato e Doug Miro) – 50min/eps
À espera da segunda temporada da série, dá tempo de aproveitar a primeira inteira, vendo Wagner Moura encarnar ninguém menos que Pablo Escobar. A série é baseada em fatos reais, na vida do maior narcotraficante que a América Latina já viu sob a narração do agente do FBI, Steve Murphy (Boyd Holbrook). Imperdível, garante personagens complexos e ficamos naquele dilema existencial de nos apegarmos a uma figura tão controversa como o ‘herói’ colombiano. Ao mesmo tempo, a ascensão de Pablo é intercalada com acontecimentos na política nacional e internacional, dando destaque ainda em suas megalomanias e estratégias de controle de um sistema corrupto e violento. A série alavancou a carreira internacional de Wagner, dando peso suficiente para seu sotaque ser tanto criticado quanto defendido internacionalmente. Aguardando ansiosamente a nova temporada em setembro.

Beleza Americana (1999, de Sam Mendes) – 122 minutos
Sam Mendes tem uma trajetória cinematográfica de respeito. Estreou na direção com Beleza Americana, seguindo por Estrada para perdição (2002) e vemos mais filmes de peso, em menor escala de produção, como Foi apenas um sonho (2008) e Distantes nós vamos (2009). Em parceria com Kevin Spacey, que continua até hoje, cujo último trabalho foi a turnê de Ricardo III que originou o documentário NOW – In the wingson a world stage (2014), vemos um protagonista em franca transformação e ele é quem transforma o filme de bom para surpreendente. Não seria por menos, dada a dimensão do ator. Em Beleza, há uma ideia de normalidade da vida americana de subúrbio, da classe média alta onde nada demais parece acontecer e todas as sujeiras são varridas sob tapetes. Olhando de perto, como é a proposta do trailer, há muito por trás dessa aparência de cercas brancas e jardins simétricos. Kevin Spacey, Annete Benning, Thora Birch, Wes Bentley, Mena Suvari são alguns dos nomes deste grande filme, de roteiro brilhante que marcou uma geração. Levou 5 Oscars e outros 103 prêmios.

Louca obsessão (1990, de Rob Reiner) – 107 minutos
Ainda entre os grandes personagens, que parece ser a marca desta seleção, Louca Obsessão merece pelo menos um grande prêmio, para Kathy Bates. Ela é Annie Wilkes, uma aficionada pelos livros do escritor Paul Sheldon (James Caan) que o resgata de um acidente de carro. Salvo pela sorte, acredita ele, mal sabe que por trás daquele carinho e afeição, há uma obsessão doentia que lhe custará mais do que a rápida hospedagem. Do livro de Stephen King e dirigido por Rob Reiner (Harry e Sally, 1989), você ficará tenso até o final. Um dos grandes filmes de suspense e terror sem precisar de alienígenas, casas assombradas ou espíritos possuindo corpos e nos dando (incríveis) pesadelos. Não é spoiler, mas tem uma cena em particular, que lembrou muito o Anticristo (2009), de Lars von Trier.

Os miseráveis (2012, de Tom Hooper) – 158 minutos
Encerrando esta semana corrida de grandes personagens, em Os Miseráveis, Anne Hathaway marca sua curta atuação para sempre na história do cinema, com a interpretação da música I dreamed a dream. Este filme grandioso, musical clássico, no melhor sentido da expressão, nos transporta para um mundo de revolução francesa visto de dentro, com outras grandes atuações de Hugh Jackman, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Helena Bonham-Carter e outras menos brilhantes como a de Sacha Baron Cohen e uma performance estranha de Russell Crowe. Não só de atuações vive esta produção, mas de uma equipe técnica extraordinária, como a de som, captando as músicas cantadas em locação e não dubladas (como acontece em todos os musicais), garantindo com a facilidade tecnológica, uma qualidade superior e não conhecida antes nos filmes do gênero. O diretor também é dos grandes, já tinha nos dado O Discurso do Rei (2010) e depois desse, A Garota Dinamarquesa (2015). É lindo, e você vai se arrepiar.

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