Maravilhosidades da Netflix - Semana 8

by - março 14, 2016

Olá! De volta à programação normal. Semana passada foi corrida por conta do aniversário e outros projetos, como as novas publicações no Medium. Essa experiência está sendo muito boa, na verdade, como um espaço extra para testar outros assuntos. Vamos ver o que acontece. Dá uma passada lá. Tem conto, crônica e crítica!

Então, para reparar essa ausência, segue um título extra! Vamos com 6 indicações para este fim de semana de agitação política. Ainda hoje sai a crítica de House of Cards.
Cooked (2016, Alex Gibney, Michael Pollan) – 60 min
É uma série nova, documental, sobre comida. São 4 episódios baseados nos 4 elementos essenciais: fogo, água, terra e ar. Assisti metade deles, Fogo e Água e são bem interessantes. Seguem o modelo do documentário americano feito para a tv, mas como o assunto é muito bom, ultrapassamos o didatismo que a forma oferece. A fotografia é um dos artifícios para chamar nossa atenção e ficamos com água na boca por quase qualquer coisa que aparece ali.. em qualquer lugar do mundo. O fato desta produção ter sido feita internacionalmente ganha outros contornos no tema também. É um pouco dura para os corações sensíveis dos vegetarianos e veganos, mas a própria história se justifica, então está tudo certo. O texto parte sempre do todo para o particular. Não se fala apenas de comida, como de sua história, seu contexto social, político, um apanhado interessante e abordado diferentemente a cada episódio. Vale a pena.

Intocáveis (2011, Olivier Nakache, Eric Toledano) – 112 min
Comédia francesa. A história real de Philippe (François Cluzet), um homem tetraplégico que contrata Driss (Omar Sy), um assistente sem qualificação para que seja seu cuidados, nos transporta para uma história emocionante que, não suficiente, lança Omar Sy internacionalmente. A sensibilidade das atuações e a forma com que os protagonistas trabalham os temas fortes e sensíveis da trama garantem seu sucesso avassalador. Ainda que muita gente já o tenha visto, vale a pena rever, para sentir novamente os efeitos de um filme que consegue entreter e cativar. Esse tem crítica!

Um corpo que cai (1958, Alfred Hitchcock) – 128 min
Agora, após acalentar o coração com um filme sensível, outro para dar uma acelerada: Um corpo que cai, do mestre-gênio-maravilhoso Alfred Hitchcock. O terror de Psicose não está presente, trabalhamos agora o suspense no estado puro. Já citei antes aqui no Café a diferença entre cada gênero, explicada pelo mestre Hitch: suspense é quando está assistindo a uma cena em que você sabe que há alguém atrás da cortina com uma faca. Terror é quando você não sabe e vê o mocinho ser atacado – você é tão vítima quanto ele. Com isso, Um corpo que cai conta a história de Scottie (James Stewart) um detetive contratado para investigar Madeleine (Kim Novak), a mulher de um velho amigo. Scottie sofre de vertigens quando em lugares altos e veremos como isso é importante na trama. Hitchcock mandou construir um cenário específico da escadaria da torre para dar o efeito de vertigem do protagonista. Assim os efeitos especiais eram feitos. Ele tinha a escadaria de um tamanho e uma versão dele alongada. Além disso, É um dos melhores filmes do gênero e se você preza pelo bom cinema, precisa vê-lo. Correndo. Veja agora.

Sociedade dos Poetas Mortos (1989, Peter Weir) – 128 min
Depois de um clássico do cinema mundial, voltamos para a estante que minha antiga locadora soteropolitana chamava de “Clássicos Modernos”. Sociedade dos poetas mortos eu não vi em 1989, ali eu tinha 6 anos. Devo ter visto na adolescência ou no finalzinho dela e é um desses filmes românticos, marcantes, lindos e sensíveis. Mas não é chato. Robin Williams é Keating, um professor de inglês em uma escola tradicional só para garotos da elite americana. Ali encontraremos Ethan Hawke, Robert Sean Leonard, Josh Charles como seus alunos e aprendizes sobre a vida. Keating quer ensinar mais do que as letras e os instiga a criarem esta sociedade dos poetas mortos. Provavelmente este foi um dos filmes que fez tanta gente da minha geração tatuar ‘carpe diem’ em alguma parte do corpo. Mas é realmente inspirador, emocionante, divertido. E tem Robin Williams, que deveria ser o único e suficiente argumento para ver o filme.

Mesmo se nada der certo (2013, John Carney) – 104 min
Um pouco de romance não faz mal a ninguém, certo? Mesmo se nada der certo é um título ótimo, não fosse Begin again (‘começar de novo’) o original em inglês. Mesmo assim, esse nome poético-clichê é o único problema do filme. Despretensioso e aparentemente bobo, vemos a história de Gretta (Keira Knightley), uma compositora e aspirante a cantora que tem o coração partido por ninguém menos que Adam Levine, o cantor do Maroon 5, lindo e charmoso. Mentira, ela namora Dave (sim, Adam Levine), que começou a fazer sucesso com uma música que fizeram juntos. As coisas nunca saem como esperamos e as reviravoltas transformam o filme do clichê para algo sensível e inteligente. John Carney dirigiu antes Apenas uma vez, outro filme cuja música divide o protagonismo na narrativa e carrega o mesmo tom. Clima ameno, Gretta se reconstrói e segue em busca do que almeja, este filme ainda carrega uma trilha sonora ótima, de procurar para ouvir depois. Dica: tem tudo no spotify. Uma delícia para o domingo e ainda traz junto Mark Ruffalo e CeeLo, combinação improvável em um mesmo filme.
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Percebi que coloquei filmes inspiradores aqui, quase em sequência. Acho que o clima dessas minhas últimas semanas tem sido esse mesmo, de correr atrás, de fazer o que gostamos, de nos arriscarmos e tentarmos algo que tenha a ver com o que queremos para nós.  J
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Calma que não acabou. Como não teve publicação aqui semana passada, comunico um teste, caso alguém queira fazer comigo, para discutirmos depois se presta ou não. Manda um recado aqui que conversamos sobre a série The Hour. Ou qualquer outro assunto publicado aqui, na verdade.
The Hour (2011, Abi Morgan) – 60 min
É uma série de duas temporadas da BBC, sobre um programa de tv jornalístico (The Hour, enfim) que se quer sério, internacional e político durante a Guerra Fria, na Inglaterra. Espionagem, suspense, drama, romance, tem tudo! Vi quatro episódios até agora e parece caminhar muito bem. Só vi quatro, porque no intervalo estreou House of Cards e a compulsão não me permitiu ver outra coisa até esgotar a quarta temporada de Frank e Claire Underwood. Agora posso retornar feliz às novidades.

Ben Wishaw (O Perfume, Garota Dinamarquesa) é um dos repórteres que busca as notícias mais relevantes e sempre discute com os editores por assuntos de real interesse nacional. Ao ajudar uma amiga com problemas, se mete em uma série de eventos que provavelmente culminarão em algum escândalo político que ainda vou descobrir. Enquanto isso, a mocinha da história é a editora (Ramola Garai) deste novo programa que eles idealizaram juntos, cujo âncora (Dominic West) é o queridinho do diretor, por ser casado com alguém da aristocracia inglesa. A editora se encanta por ele, mesmo sabendo que não é a melhor opção e agora vamos literalmente aguardar cenas dos próximos capítulos. Até semana que vem termino tudo.

A série parece boa mesmo, o fato de ser inglesa ajuda, a BBC é uma emissora de respeito, com produções de peso para o mundo, ultrapassando as fronteiras do Reino Unido. A qualidade técnica, artística e a relevância do tema dão o peso à trama. Veremos como se desenvolve. Quer testar comigo?

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