E chegamos aos indicados da
segunda semana! Aqui no Rio estamos vivendo um verão digno de...
Gramado?, com uma frente fria que não nos deixa. Claro que com isso não temos
praia, aquela vida ao ar livre, correr no calçadão, reclamar do calor dos 40 e
não sei quantos graus. Reclama-se da chuva, de roupa molhada e dos incômodos de sempre, mas com
certeza estamos dormindo melhor e não ligar o ar condicionado todos os dias é
um ganho imenso – a companhia de luz deve estar chateada. O friozinho é
sensacional para aquele momento de recolhimento, café quente e preto na caneca,
edredon, televisão ligada e não sei quantos filmes e séries que nos deixam
felizes confortáveis.
Segue a nova listinha que embala essa preguiça maravilhosa:

What happened, Miss Simone? (2015, Liz Garbus) – 101 minutos.
Você pode até achar que não
conhece Nina Simone e ter vergonha
de falar isso por aí, já que a mulher ficou muito famosa (de novo) depois desse
doc lançado ano passado. Ela reapareceu rapidinho na mídia nos últimos dias
porque foi divulgado que David Bowie lhe
ajudou em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Quando você assistir esse
documentário, vai descobrir não só que a conhece, como a vida conturbada e
difícil que esta mulher de voz maravilhosa, inteligência e força levou. Tinha
seus problemas e mais dificuldades do que boa parte de nós por sofrer de uma
doença mental, mas nada disso a impediu de se tornar uma diva no melhor sentido
não-celebridade-fútil pode ter. O filme nos transporta para sua vida e
acompanhamos seus dramas, sucessos, felicidades, tragédias e renascimentos.
Concorre este ano ao Oscar de melhor documentário. A crítica está aqui!

Cães de Aluguel (1992, Quentin Tarantino) – 99 minutos
Tarantino está em cartaz nos cinemas com seu novo Os oito odiados. Surgiu outra lenda na
mídia que indica que todos os seus filmes teriam uma conexão – mas para
confirmarmos, temos que revê-los, não é mesmo? Cães de Aluguel para mim é um
dos melhores. Eu, inclusive, prefiro estes do início de carreira, que
são menos ‘de ação’, têm roteiro com ótimos diálogos e elenco. Aqui, seis ladrões interpretados apenas por:
Tarantino, Harvey Keitel, Tim Roth,
Steve Buscemi, Edward Bunker e Michael
Madsen acabaram de assaltar uma joalheria e alguma coisa dá muito errado. Depois
de todo o planejamento, o que se desconfia agora é de que um deles é um policial
infiltrado. Tenso, engraçado, inteligente e ácido – além de violento, como não
poderia deixar de ser – é a lição número um para conhecer a fundo a filmografia do
diretor.

Tomboy (2011, Céline
Sciamma) – 82 minutos.
Em 2014, assisti Girlhood (Garotas) no Festival do Rio.
Fui ver sem saber nada do trailer, apenas porque li o nome da diretora e
lembrei que era a mesma de Tomboy.
Girlhood não está na Netflix, mas espero que chegue algum dia, é sensacional e
confirma minha intuição de que é um presente acompanhar a carreira dessa mulher.
Tomboy conta a história de Laure (Zoé
Haren), de 10 anos, cuja família acaba de se mudar para uma nova casa. Aqui
ela terá que se adaptar ao novo bairro, aos novos amigos. Tudo é muito recente,
inclusive suas descobertas e transformações. O filme é uma delícia de assistir,
é feliz e dramático ao mesmo tempo, é incrível a naturalidade da protagonista
em um papel tão complexo e como a direção aborda o tema, com um olhar que nos
permite desvendar e acompanhar sua trajetória. Para deixar tudo mais tranquilo
nas locações e na dinâmica com atores mirins, Céline chamou os amigos reais de
Zoé para participarem – o que funciona muito muito bem. Vale a pena demais. Tem crítica também!!

A delicadeza do amor (2011, David e Stéphane Foenkinos) – 111
minutos.
Como não poderia faltar, tem
romance também. A delicadeza do amor
é uma comédia romântica francesa que traz Audrey
Tautou (Amélie Poulain) e François
Damiens (O Novíssimo Testamento) numa parceria digna do melhor café que
possa existir. Natalie está se adaptando ao luto, perdeu seu marido, melhor
amigo, amor da vida. No trabalho, tenta se livrar das investidas de seu chefe
sem noção e, de uma forma inusitada, se encontra com Markus, um sueco sensível
que trabalha alguns andares abaixo, no mesmo prédio. Não quero falar mais nada,
mas para quem busca um filme engraçado, sensível, fofo e romântico sem dar
enjoo, é esse.

Quem ainda não viu esse filme está
perdendo uma das melhores comédias de 2014. Dirigido e protagonizado por Jon Favreau, esse filme independente de
elenco estelar (Scarlett Johansson, Sofia
Vergara, Robert Downey Jr, John Leguizamo e Dustin Hoffman) é tão divertido
e despretensioso quanto literalmente gostoso. Após pedir demissão do
restaurante em que trabalhava como chef, Carl (Favreau) resolve montar um food truck (bom e velho podrão que virou
gourmet) de comidas maravilhosas. Essa proposta o faz repensar sua forma de
viver e se relacionar com seus amigos e familiares. É um filme que dá pra ver
com família, amigos, enfim, com qualquer entidade que esteja do seu lado.
Arranja uma comida gostosa e senta, porque vale o ingresso!
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