Altiplano

by - dezembro 14, 2011

Resolvi começar pelo final. A última grande etapa da minha viagem foi a visita ao Salar de Uyuni, na Bolívia. Como foi o que mais me marcou, fica ainda muito fresco na memória e talvez seja o mais importante de toda a viagem. Ou não.

Quando estava em Santiago e em Valparaíso, conheci outros viajantes que tinham ido ao Atacama. Como eu, alguns viajavam sozinhos, os europeus e norte americanos sempre por mais tempo que brasileiros ou vizinhos. Como eu estava prestes a chegar lá, queria estar segura do que ia encontrar. Todos me falaram para ir ao Salar de Uyuni, no altiplano boliviano.

Eu nem sabia como era o Salar, não tinha noção de como seria o passeio, com quem eu ia, como ou quando. Contaram que seria uma viagem de três ou quatro dias e que eu veria as paisagens mais impressionantes da região desértica. E que valeria muito mais a pena do que fazer passeios menores em torno de San Pedro.

Quando cheguei a San Pedro, estava mais perdida que cego em tiroteio. O hostel era bom, mas não era tão amigável ou com uma boa área comum para conhecer gente como os anteriores. Ainda não sabia direito que passeios fazer ou como encontrar o tour pra Bolívia. Dei sorte de no meu quarto ter uma garota canadense que virou minha comadre atacamenha e compartilhamos bebidas e comidas, compras, todos os nossos dilemas de viagem, de vida e do que mais aparecesse pela frente.

Última noite antes do tour, entro na internet pra enviar e-mails, além de uma pesquisa de 3 segundos sobre o mal da altitude. Vi os sintomas e como marinheira que não mareia, achei que no iba a  pasar nada.

Dia 01 – Entrando na Bolívia.
Deixamos San Pedro cedo num micro-ônibus para dar saída com o passaporte na polícia federal da fronteira chilena. Uma hora depois estávamos na polícia boliviana, num frio do cão, aguardando o novo carimbo. Tudo certo. Tomamos café da manhã ali mesmo e trocamos o confortável buzu pelo jipe com capacidade pra seis pessoas. Ali já era no meio do nada, ao longe uma carcaça de ônibus, a polícia boliviana era uma casinha com 2 cômodos, a bandeira do lado de fora e o mundo vazio, mas cheio de potencial para as nossas expectativas. Éramos 3 americanos – um casal e a amiga – 2 austríacos e eu. No outro jipe: suíços, irlandeses, alemães e franceses. Dali em diante meu espanhol se restringiu aos nativos e inglês por 4 dias consecutivos. Pra mim estava ótimo, porque nunca falei tanto os idiomas ao mesmo tempo. Mas toda manhã era um parto. O cérebro ainda não estava 100% e começar o dia numa outra língua requer um esforço quase sobrenatural diante da falta de oxigênio. Minha glória foi quando em outro grupo apareceram uns portugueses e nunca gostei tanto daqueles meninos por intensos dez minutos.

O primeiro dia foi o mais cruel. Achei que ia segurar a onda, mas a falta de oxigênio provocada pelos 4800m de altitude me deu uma dor de cabeça constante, um cansaço absurdo, sem falar na incapacidade de comer. Ainda assim, consegui ver todas as lagunas que nosso guia Johnny nos apresentou: Verde, Blanca, Colorada, Geysers fedorentos. Incríveis, vimos o vulcão Licancabur mais de perto em toda a sua grandeza e as primeiras paisagens de adjetivos que não são suficientes para expressar o que estava diante de nós. Tanto que não falávamos (e também porque eu não conseguia falar muito...). Tirávamos fotos e víamos e para mim era muito discrepante o que eu via do que eu conseguia registrar. Primeiro porque ao vivo é ao vivo e é 360 graus com todos os seus sentidos excitados e você percebe como as palavras beleza e natureza se associam de forma tão perfeita. Segundo, porque além de estar aprendendo a fotografar, precisava de lentes de maior alcance para chegar mais perto daquela magnitude. E terceiro, porque a foto é sempre um recorte, nunca vai te dar toda a amplidão e, principalmente nesta situação, jamais lhe dará a idéia de todo. Sempre algo se perde .
Mas entre uma laguna e outra, entre uma grande vista com parada para fotos e outra, havia todo o deserto. O altiplano é lindo e poderoso, mas eu estava num estado de sonolência atroz. Dividindo o último banco com Martin (um dos austríacos), sempre que entrava no carro passavam 5 minutos e eu me recostava. Ele via minha situação ridícula e perguntava: vai dormir? Tá tudo bem? E eu sempre respondendo: acho que sim, só um pouquinho. Até que não nos falávamos mais; assentíamos com a cabeça e sabíamos que eu ia me encolher no banco e fechar os olhos. Precisava sumir com a luminosidade por uns minutos. Quando estamos no deserto, todos os nossos sentidos afloram: o ruído do vento, o cheiro da terra estranha, o gosto dessa mesma terra, a luz do sol mais forte do que nunca, as pedras e os animais que tocamos, sem falar de tudo isso que sentimos de uma só vez e com seu corpo se adaptando àquelas alterações. E com tanta informação ao mesmo tempo, não dava para captar tudo sempre e precisava desligar algum botão. Todos estavam acostumados à altitude, já haviam passado pelo Peru (Cusco, Macchu Picchu e tudo mais), de forma que fui a única café com leite.

Mas todo mundo foi muito gentil e parceiro. Acabou que os onze cuidaram de mim de alguma forma e eu cuidei de alguns. Acho que fiz a diferença no grupo com aquele calor brasileiro, a alegria gratuita por simplesmente estar ali. Meu estado de graça – ainda que contrastasse um pouco com o físico – estava completamente exposto, devassado. Era impossível ser discreta com o que estava diante de mim. Mesmo abatida e sem ter almoçado no primeiro dia. Passei o dia sem comer, ainda mais tendo botado pra fora o café da manhã. Mas deu tudo certo, consegui dormir e a dipirona reduziu meu mal estar. No dia seguinte, acordei bem e provavelmente fui a que dormiu melhor. A noite foi realmente muito fria, mas estava tão protegida e dormente que nem percebi.
Dia 02 – Comendo poeira.
Engraçado que agora parei de escrever e estava revendo algumas fotos... cada uma traz tantas recordações de pequenos detalhes, conversas, uma vida tão intensa em cada um daqueles dias que parece que viajei por muito mais tempo. Acho que estar distante de todos e tudo que conhecemos, de estar realmente no deserto, isolado, longe, é de uma transformação talvez maior do que eu já tenha percebido. Sei que algo de diferente e especial aconteceu, mas acho que ainda não consegui captar tudo. Tento ficar atenta para não perder, não deixar essa energia tão forte se dissipar. Mas não sei também direito como se manifesta. Estou sentindo.

Viver aqueles dias neste contato direto com uma natureza estranha faz notar como a própria entidade natureza é realmente uma. É a única palavra – além de selvagem – que temos para definir tudo aquilo. E são essas duas palavras que também usamos para outros lugares, outros encontros extraordinários em regiões especiais. Eu estava com mais 11 pessoas, além dos guias, distintas e em seus pares, completamente alheias a mim inicialmente. E todas experimentavam o mesmo ambiente e em suas gradações eram mais ou menos generosas, mas sempre dispostas. Eu era toda receptividade. Não como uma figura zen, hippie, mística maluca ou qualquer coisa do tipo, mas o que havia ali para apreender era tão intenso – tanto nas relações sociais quanto com o ambiente – que não havia espaço para a reclusão – exceto quando eu não estava bem e aí havia um conflito interno entre o afastamento e o que esta escolha nos faz perder. Ainda assim, nunca conseguia dormir totalmente no carro, era quase um olho aberto e o outro fechado. Acho que por estar viajando sozinha, tudo isso se intensifica. Todos estavam com alguém ali e eu, mesmo estando com todos, estava muito mais apenas comigo. E a música boliviana ali, sutil, nos transformando.
O segundo dia foi bem cansativo. Eu estava muito mais disposta, já tinha tomado um pouco do chá de coca e estava indo bem, me alimentando e bebendo muito mais água do que no dia anterior. É importante sempre beber água, por mais óbvio que pareça. Como o altiplano é muito seco, perdemos água sem sentir e a ausência dela ajuda a intensificar algum desconforto. Por isso, eu e um dos irlandeses sentimos mais no dia anterior. Ainda assim, quando andava muito, ficava cansada, como uma senhorinha. Éramos todos idosos naquelas caminhadas curtas e o coração quase na boca ao menor esforço. Era engraçado.

Pegamos estrada o tempo inteiro e intercalamos com outros 2 jipes no caminho, então nem sempre éramos os primeiros na rota. A estrada era um caminho sem trilhas entre a areia e barro que Johnny conhecia muito bem, mas um dos outros dois motoristas não, então ele tinha que ser responsável por este carro, se posicionando atrás dele a maior parte do tempo, enquanto o terceiro seguia na frente. Com isso, comemos muita poeira. Não sei como resisti tanto tempo e nossos cabelos eram uma massa intocável de pó.

Não tínhamos tomado banho na noite anterior e a secura da região tirava qualquer possibilidade de ondas no meu pobre cabelo. Como uma índia, eles estavam lambidos e agora entupidos desse pó fino que não só estava no meu nariz e garganta, como em todo o meu ser. A rota off road batia muito. Foi bastante complicado e ainda tínhamos mais lagunas para ver. Estávamos meio cansados disso, então quando fomos ver a última – creio que La Negra – já tínhamos abstraído a pobre e tudo o que nos interessava eram as rochas, as formas imensas no meio do nada. Tudo era sempre no meio do nada. Como as nuvens que constroem figuras para decifrarmos, assim elas eram. De todos os tamanhos, desenhos... e era incrível como em alguns momentos era tudo planície, pouca ou nenhuma vegetação e imensas pedras no meio do nada, como se tivessem sido jogadas ali.
Em algum momento da tarde, paramos num vilarejo chamado Copacabana. O jipe passou muito rápido e não consegui a foto, mas juro que era esse o nome. Ermo, com umas quatro quadras em cada lado da praça, igreja e escola, era tudo que havia para ver. Acho que um dos guias mora ou tem família ali e decidiram parar para resolver algo ou descansar. Nós ficamos na praça, esperando as definições de nosso líderes e aproveitamos para fazer xixi num cantinho escondido e conversar ou simplesmente... esperar.

Fomos pro segundo refúgio e como eu tinha pouca bagagem, só uma mochilinha (tinha deixado o restante em San Pedro), consegui ser a primeira a tomar banho, com o imenso prazer de descobrir que realmente tinha água quente – ninguém acreditou que isso aconteceria. O banho foi incrível e deu uma renovada no astral do grupo. Éramos gratos por nos livrar momentaneamente de toda aquela terra, de poder pentear os cabelos (e descobrir que de novo ficariam irritantemente muito lisos) e não suficiente, ainda tomar café brasileiro no meio do altiplano boliviano.
Agora sim, eu estava de verdade em estado de graça. Eu ria na mesa enquanto conversava com o povo, ria de graça e sem motivo, enquanto na noite anterior ficava mais calada, esperando passar toda aquela confusão que estava sentindo. Eu falava agora e o café funcionou muito bem, quase como uma droga, com um efeito incrível e que desceu esquentando o coração e a mente. Foi uma noite muito boa e ainda teve lhama de jantar, mas fiquei com pena da bichinha e não comi. E quando fui lá fora – sim! No meio do nada! – para ver as estrelas, meu deus. O que era aquilo! Um mar, mais uma vez, de estrelas, como o que vi no observatório perto de San Pedro. As únicas luzes eram as do refúgio e o resto era nada, deserto escuro, iluminado por quantas constelações. Só consegui ficar uns poucos minutos ali fora, porque o romantismo todo some quando está muito frio. Acho que nessa viagem eu nunca senti tanto frio por tanto tempo.

Dia 03 – O Salar.
Terceiro dia. Todos estávamos ansiosos pra conhecer o Salar. Acho que ninguém sabia direito como era nosso percurso, estávamos nas mãos dos guias bolivianos e acho que não queríamos saber muito, na verdade. A graça estava no inesperado, na surpresa. Mas acabou que o refúgio era bem perto do Salar, então foi bem mais fácil do que tinha imaginado. Pegamos os jipes e em 10 minutos, era tudo branco e azul.
O caminho todo era como um mar ao contrário, ou como ir a uma praia em que o mar nunca chega. Andamos de carro um bom tempo e demos de cara com uma ilha de Cactus no meio do nada. Incahuasi, que em quéchua significa Casa do Inca é cactus, vegetação rasteira, lhamas e quase nada mais. É muito bonita e intensifica o caráter surreal do lugar. Inclusive, fiz alguns vídeos numa tentativa de criar algo em cima, mas minhas narrações ridículas são uma mescla de surreal, inacreditável e especial, além de bizarro. Porque era tudo muito extremo sempre e nunca há palavras suficientes para descrever esse tipo de coisa, então, como estamos mais sentindo do que pensando, as palavras saem soltas, quase sem sentido ou necessidade.

Era nosso último dia e quando pisamos naquele sal, éramos todos crianças. Como um imenso papel branco diante de nós, aquele chão era nossa rua, nosso jardim de infância; cada um buscava uma brincadeira, um jogo diferente pra fazer e registrar. Eu, como sempre, fiquei pensando nas maluquices, como dar estrelinhas e ficar de cabeça pra baixo, articulando e obedecendo os meninos nas artes deles. Foi muito divertido, mas em algum momento eu não conseguia tirar o chapéu gigante – que eu tinha comprado pra meu pai, mas que salvou minha vida – ou os óculos e ainda assim meus olhos ardiam. Era sal, branco, o céu muito azul e uma coisa refletia a outra! Mas brincamos muito e nessas horas não tem mal tempo, não problemas, preocupações... só existe o presente. E só existe ali.
Éramos catorze (com os guias) no meio do nada, com o mundo em volta. O horizonte, finalmente plano em qualquer direção, era branco e azul.  E a essa altura já tínhamos músicas americanas misturadas com as mais deliciosas e bregas como minhas nordestinas, bolivianas. Ouvir a letra das músicas era uma diversão quase só minha e eu ria sozinha, mais uma vez, tentando em vão explicar aos gringos o que dizia. Era tudo festa. Mas, por mais único que tenha sido, tinha que acabar. E fomos embora, a caminho de Uyuni, a cidade.

Paramos uma última vez, agora num cemitério de trens. Eram vários vagões e acho até que trens completos; uns em trilhos, uns fora deles. Parecia Mad Max, porque tudo que é metal velho retorcido e enferrujado me remete a Mad Max. Como não sei a história do lugar, ficou tudo meio solto, mas foi legal. Agora que éramos crianças e já tínhamos ganhado nosso brinquedo, poderiam nos levar pra qualquer lugar que estava ótimo. E esses trens não chegavam a ser mórbidos, mas sim retratos de um passado desconhecido, esqueletos enferrujados e pichados de assinaturas, românticos. Não sei por que, mas tinha gesso no chão, então como boa brasileira, deixei a marca. Mais brincadeiras, fotos e piadas. Fomos embora.
Tínhamos que deixar a maior parte do pessoal na cidade de Uyuni, eles partiriam de lá para dentro da Bolívia e eu, a americana e os suíços, voltaríamos para San Pedro. Ficamos um tempo rodando por Uyuni atrás de biscoitos e água (nossa vida girava em torno das garrafas individuais de 2L) e vimos que a cidade é meio triste, ao contrário de todo o passeio. Acho que ela era pequena demais, que os trens não existem mais e ela ficou meio esquecida. Parecia uma cidade dos filmes de velho oeste, toda em tons de terra e poeira. E meio vazia. Conseguimos comprar e agora era esperar o novo jipe. Em frente à nossa agência de turismo havia um bar, o mais bonitinho da região, com uma cara tropical engraçada, com folhagens fazendo um teto para sombra e cadeiras e mesas vermelhas, daquelas que as cervejarias patrocinam. Éramos poucos quando sentamos, não imaginei de reencontrar o resto do pessoal que já estava hospedado nos albergues. De alguma forma quase todos apareceram e conseguimos a despedida daqueles três dias realmente surreais.

O novo guia nos chamou, demos tchau aos novos amigos e partimos para o terceiro e último abrigo em alguma cidadezinha boliviana mais perto da fronteira. Teríamos um longo dia seguinte de caminho de volta.

Dia 04 – Fim de festa.
No caminho de volta ainda seguíamos animados. Agora eu já era amiga de Martin e Marc, os suíços que foram meus companheiros de jornada. Michelle, a americana, ainda estava nos conhecendo e agora, talvez por necessidade, ela se uniria mais a nós, já que seus amigos ficaram em Uyuni e ela teria mais uma noite e meio dia conosco. Acabou que ela também era uma menina divertida e fomos conversando o caminho até o último refúgio, à noite.

Curiosamente, nossa paisagem estava mudando e até em asfalto andamos com o carro. Entendi que como a etapa passeio estava no fim, poderíamos pegar uma estrada regular para chegar mais rápido ao destino. Chegamos na maior cidade que havíamos passado desde então e que também não me lembro o nome. Só lembro que ficamos animados com a ideia de estar em algum lugar mais povoado, com construções maiores. Mas logo que entramos no refúgio essa imagem desapareceu. Sabíamos que seria rústico e que teoricamente nem teríamos jantar, por isso as provisões. Tivemos um jantar de salsichas com purê de batatas e tomate que estava bom, mas os banheiros eram meio de filme de terror. Tinham uma porta sempre aberta e claro que não separavam por gênero. Michelle foi escovar os dentes e deu de cara com um turista sei lá de onde nu, tomando banho. Um dos boxes tinha porta e o outro não. Mas também não era desesperador. Decidimos de comum acordo que não tomaríamos banho gelado e fomos dormir. Acordamos acho que às 5h, num frio incrível e, claro, tomaríamos o café da manhã na fronteira, como fizemos na ida.

De volta à estrada, com e sem asfalto, com córregos, lhamas, cabras, montanhas mágicas e novas paisagens deslumbrantes. Estávamos relaxados e entre uma conversa e outra, um cochilo e outro, o tempo ia passando. Sem perceber, chegamos à fronteira. Era o café da manhã, o carimbo de despedida e o adeus à Bolívia. Dali em diante era só retorno. San Pedro. Santiago. Rio de Janeiro.

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4 Comentários

  1. Viajar na viagem de alguém com a tua sensibilidade é estimulante. Adorei o relato.

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  2. Foi fascinante ler seu relato e sentir que você ficou em estado de graça por diversas vezes, essa viagem lhe propocionou uma riqueza em todos os aspectos, no meio do nada encontrou tudo, a pura beleza da natureza, a imensidão do universo, é simplesmente fantástico e surreal como você fala. Parabéns filha.
    bjus
    mams

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  3. Muito bacana, Tati! Me senti vendo um documentário da BBC, só que com um toque muito mais pessoal e íntimo.

    "O 'diserto', que atravessei..."

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  4. concordo com Lari. Um texto extremamente íntimo :)

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