05.01.2010

by - janeiro 05, 2010


Enquanto eu olho os postais dos Médicos Sem Fronteiras, fico pensando no que fazemos por aí para nós e para os outros. Nada dessa megalomania de vamos salvar o mundo ou 2012 chegará, mas as pequenas ações mesmo. E é claro que essa reflexão vem por conta do novo ano.

Não me venham com o altruísmo não existe, que ele em si carrega o que há de mais egoísta que é o sentimento de bem estar por ter feito algo por alguém em condição pior. Nada dessa energia carregada de amargura. Vamos pensar sim, no que podemos fazer por quem precisa, independente de qualquer sentimento ou benefício próprio. Talvez seja por isso que a medicina me ronda a cabeça como uma possibilidade.

Cenas de destruição no início do ano, réveillon devastado por diversas tragédias pelo globo e isso acontece sempre. Talvez por estar mais próximo de mim, no mesmo estado em que resido, me afetam de forma diferenciada. Ou talvez não, a situação em si, a dor coletiva de uma tragédia 'natural' é o que mais nos abala, as perdas de vidas que desconhecemos, as perdas em si.

Há muita tensão comigo e minha família nesse fim e início de anos. Problemas íntimos nos tomam o coração e o máximo que conseguimos é empurrar um sorriso de batalha e pensar para o bem, para um futuro promissor, para uma saúde coletiva, um bem maior, uma vida resolvida. Enquanto as coisas se encaminham para isso com obstáculos superados dia-a-dia como uma formiguinha carregando seu alimento maior que ela própria, o coração segue apertado, interrompido por momentos de distração no trabalho, com os amigos. De tanta oração, para tantos deuses e religiões, pedidos à natureza, esperamos sempre o melhor. O melhor para o ano, para nós, para todos.

E chega dessa ladainha positivista. A vida segue. Que nesse ano sejamos mais honestos, diretos, reflexivos, lutadores, pensantes, ativistas. Que novos ideais surjam, que a coletividade aumente, cada indivíduo se destaque como uno, se compreenda e então conviva.

E pode parecer difícil, complicado, distante e a preguiça nos ronda. Somos tomados de leve pelo conforto, pelo marasmo e pela paciência, mas no chega e basta é que corremos atrás e vemos de que substâncias somos feitos. É esse o sangue que tem que ferver. Que os orixás, deuses de todos os cantos e naturezas nos guiem e conosco, nos tranformem no que acreditamos que podemos ser e, por fim, sejamos.

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