Maravilhosidades da Netflix - 7a semana!

by - fevereiro 27, 2016

A Netflix nem sabe, mas me deu um presente de aniversário, a ser entregue no dia certo, sexta que vem, 04 de março. A quarta temporada de House of Cards é aguardada ansiosamente por mim e não sei quantas mil pessoas, provavelmente. Está nessa listinha, junto com outras pérolas, às vezes escondidas naquelas estantes sem fim.

Faça sol ou faça chuva, seguem os eleitos pré-Oscar!

Best of enemies (2015, Robert Gordon e Morgan Neville) – 87 min
Comecei agressiva. A primeira maravilhosidade é o documentário Best of Enemies, sobre uma série de debates entre William F. Buckley Jr. e Gore Vidal, na ABC, a rede de tv americana, em 1968. A ideia era alavancar a audiência da emissora, na época, a quarta em popularidade. Eram as eleições de Richard Nixon e em uma época onde o interesse político era também intelectual e não apenas de auditório e circo, a emissora contratou os dois intelectuais para discutirem os partidos que apoiavam então, a eterna questão conservadora x liberal.  Só preciso dizer que esta série de dez debates culminou em uma polêmica tal e as consequências marcaram a tv ianque para sempre. Contando assim, parece quase chato, mas o filme é muito bem montado e executado de forma que ficamos comendo as unhas, de tanta tensão. A crítica detalhada está aqui.

House of Cards (2013-, Beau Willimon – criador) – 51 min / episódio
Para acompanhar a temática política, vem essa série lançada pela Netflix, uma das primeiras. A quarta temporada estreia na próxima sexta e só não assistirei toda neste fim de semana, porque preciso comemorar meu aniversário. A série é muito bem construída em torno de Frank Underwood (Kevin Spacey) e sua ambição pelo poder e sua permanência, enquanto presidente dos Estados Unidos. O que ela tem de especial além da inteligência dos diálogos e rapidez com que acontecem é a elaboração de estratégias e jogadas políticas tão absurdas quanto reais. Basta ver o que acontece em nosso país e as analogias são explícitas.  Demorei para assisti-la, achei que mais uma série em Washington seria muito chata, mas Frank e Claire Underwood (Robin Wright) provaram que sustentam personagens doentios e maquiavélicos de uma forma tal que nos apaixonamos por eles. guardadas as dimensões do bom senso, claro. A série levou dois Globos de Ouro, outros 16 prêmios e apenas 124 nomeações.

Antes só do que mal acompanhado (1987, John Hughes) – 93 min
Para trazer leveza, uma comédia de ninguém menos que John Hughes. O diretor só fez Curtindo a vida adoidado (1986), Clube dos Cinco (1985) e Gatinhas e Gatões (1984). Só. Só os melhores filmes de comédia dos anos 80. Saindo da linha adolescente, indo pra comédia familiar, Neal Page (Steve Martin) é um executivo que precisa chegar em casa para o jantar de Ação de Graças, mas tudo parece impedi-lo. Assim, conhece Del Griffith (John Candy), um vendedor falastrão e, por casualidade e necessidade, resolvem viajar juntos de NY para Chicago, em meio a uma tempestade. É desses filmes de aquecer o coração, com tiradas inteligentes e ingênuas. Dá vontade de ver algumas vezes, até para matar a saudade de Candy, um dos melhores atores de comédia que conheci, que morreu cedo demais. Acabei de ver que foi aos 43 anos, em um fatídico 4 de março, quando eu então completava 11. Coincidência doida.

Paris, Texas (1984, Wim Wenders) – 147 min
Semana passada indiquei Buena vista social club, um documentário sobre música cubana e seus artistas, dirigido por Wim Wenders. Agora é uma ficção, um dos filmes mais importantes da carreira do diretor alemão, um dos que o consagrou. Paris, Texas é um drama cujo título faz parecer outra coisa, propositalmente. É lá que encontraremos Travis Henderson (Harry Dean Stanton), que segue em busca do filho e de sua mulher, Jane (Nastassja Kinski) a fim de recuperar sua família. Lindo, terno, intenso, esse filme é daquele tipo que marca. Ry Cooder está de volta, na trilha sonora. Não espere uma narrativa americana rápida e comercial, é preciso dar tempo para alcançar os sentimentos. Não vale assistir com pressa.

Drive (2011, Nicolas Winding Refn) – 100 min
Encerrando esta jornada com outro filme de impacto, Drive vai te fazer conhecer – e para alguns – se apaixonar por Ryan Gosling. Um mecânico de dia e dublê e motorista de carros de filmes à noite se apaixona por sua vizinha Irene (Carey Mulligan), cujo marido está preso. Seu chefe na oficina Shannon (Brian Cranston, o Walter White, de Breaking Bad) se envolve em um negócio arriscado com corridas de carro e lhe pede, em desespero, ajuda. Ao mesmo tempo, após se apaixonar por Irene, descobre que seu marido está livre e é só um início de um turbilhão de acontecimentos e violências que nos deixarão sem piscar. O filme é lindo, na verdade, é sobre a descoberta do amor, dos sacrifícios que estamos dispostos a enfrentar para vivê-lo, além do senso de justiça e proteção a quem precisa.

Posts relacionados

0 Comentários