Barack

by - novembro 18, 2008


Esses dias o mundo dá uma parada entre a crise econômica, o cargueiro dos piratas e as guerras mundiais e particulares para esperar. Todos ganharam uma ponta de esperança, talvez maior sentida nos Estados Unidos, com Barack eleito. Milhares de fotos, charges, vídeos, reportagens mantêm nosso ideal de mundo melhor em suspensão: estamos na ativa concentração tentando descobrir quem é esse homem que alavancou o maior poder do mundo e que enfrentará sua maior crise.

Há uma simpatia por ele; negro, bem formado, não são poucas as comparações, analogias, lembranças em relação à questão negra e seus heróis americanos. Hoje mesmo, acessei o New Yorker e vi estampadas séries de charges criticando Bush e fortalecendo os ideais que acreditamos encontrar, através dos discursos deste novo homem. Segundo a reportagem que acompanha a imagem acima, Obama não é o herói do movimento negro e reconhece sua história de luta, mas um homem com capacidades de liderar um país multicor. E enquanto seu discurso acontecia no dia da vitória, milhares choravam e não apenas norte-americanos. Sua campanha de mudança merece prêmios de marketing e não haveria momento melhor nos Estados Unidos para pô-la em prática. O que vimos em seus discursos era absolutamente oposto à besta que lidera o país.

É difícil, entretanto, manter viva por muito tempo essa idéia de que o mundo vai melhorar. Recentemente, em minha busca diária por notícias mundo afora, vi que está acontecendo uma possível nova guerra no Congo, que os piratas somalis seqüestraram mais um navio, agora com trigo, que nesse fim de semana contam-se 4 ou 5 meninas estupradas no Paraná. Quando buscamos notícias, já esperamos que as ruins sejam as tragédias do dia-a-dia e as boas, possíveis avanços na ciência. Nenhuma notícia é boa notícia de verdade ou anima a população. Eu, pelo menos, lembro de poucas assim...

Em todo caso, sinto por Obama uma simpatia, muito parecida com a que senti por nosso Lula quando foi eleito. Vejo em Obama e no pouco conhecimento que tenho dele, um preparo muito maior para tentar liderar seu país e, convenhamos, quase qualquer um é melhor que Bush. O que é estranho é como um país permitiu um líder deste quilate governar por tanto tempo. E se hoje - como acabo de ver uma propaganda na televisão - tanta gente escreve, pensa, sente, se interessa por Barack Obama é porque estamos nos entendendo como um todo e, assim, nossas preocupações tornam-se globais. Talvez, a partir daí, seja possível esperar alguma coisa para os anos vindouros.

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