Geórgia

by - agosto 10, 2008

O que parece mais um novo filme nos espanta com a nitidez da realidade. As fotos publicadas da mais nova guerra mundial nos transportam para a emoção da dor com tamanha qualidade estética que mais parece um ensaio fotográfico revolucionário. Mais uma vez, a vida real vence para as superproduções da sétima arte.

Os soldados, os civis, as paisagens incríveis e o contingente populacional envolvido surpreende. Os fotógrafos merecem o prêmio da estética, ainda que a ética permaneça em xeque. Eu gosto muito das fotos, as acho belíssimas e as cores são tão fundamentais como os sentimentos diversos expressos em cada imagem. É surpreendente o que o pessoal de comunicação aprende com esse tipo de reportagem. Guerras não faltaram como escolas.

Falar em guerra... eu fico me perguntando qual a razão disso tudo. Eu não sou estúpida e as razões para as guerras eu até sei, mas é que parece tão antiquado. É uma forma tão arcaica de humilhar o outro, de provocar o pior intencionalmente – porque não é já simplesmente o mal – é causar tanta dor e tanta dor já conhecida por todos.

Até o tema já perdeu a graça. E ficamos vendo a miséria de camarote... a mesma e diferente da que temos em nossas esquinas todos os dias. E aposto que ainda tem gente dando graças a Deus por não estar na Geórgia, Afeganistão, Rússia, Iraque, Israel, Palestina, Tibet, China, África(s) e mais um sem fim de nações em permanente conflito. Nossa rotina é nossa guerra particular.

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4 Comentários

  1. as imagens são chocantes, o vermelho do sangue derramado contrasta com o cinza da paisagem, o cinza da destruição, o cinza da guerra.

    Vilvet (numa tarde chuvosa em SSA - 11.08.2008)

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  2. é verdade.
    e continuamos assistindo todos os dias, fingindo n perceber que mora ao lado.
    "Nossa rotina é nossa guerra particular."

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  3. O engraçado é que eu escuto falar tanta gente que não gosta de guerra, mas que alimenta isso. Não é possível que devam existir mais gente querendo guerra do que não querendo. Eu sei, eu acredito piemente que o objetivo das pessoas é ser feliz, viver em paz, e não produzir a guerra. Mas existem notícias assim. Pessoas que vêem essas notícias. Filmes assim. Livros assim. Comentários. Atitudes.
    Em falar nisso, como voce está, quasechara de sobrenome, conhece minha irmã? rsrsrsr

    bjos.

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  4. "Falar em guerra... eu fico me perguntando qual a razão disso tudo?"

    André Bazin que dizia que uma das utilidades das guerras (justas ou injustas) era suprir parte das demandas e sede do cinema pelo realismo.

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